domingo, 24 de julho de 2011

Síndrome do Desconhecimento Interior - SIDI


Ao olharmos para nós mesmos encontraremos um ser com
múltiplos sentimentos, sendo a maioria deles desconhecidos.
Eis o grande desafio: Descortinar-se!

O que é a SIDI?

Seres inteligentes e portadores de autoconsciência, precisamos sentir e admitir que “Há Vida Interior”, e, assim, começar a perscrutar essa Vida, atravessando o mundo de efeitos, que equivocadamente chamamos de mundo real, para se chegar a este mundo causal, de onde partem verdadeiramente todos os nossos impulsos.
A incapacidade de sentir e a ausência de admissão da Vida Interior produzem insatisfação, insensibilidade e uma sensação de se estar perdido em si mesmo. Na intimidade há gritos surdos, mas opressores, impedindo-nos de sentir conforto em nossa própria companhia. Quando ficamos acompanhados de nós mesmos, logo nos distraímos e buscamos ocupações que nos impedem de lidar com o desconhecido que habita em nossa intimidade. Este estado gera uma série de reações emocionais que ampliam nosso sofrimento. A elas damos o nome de “Síndrome do Desconhecimento Interior (SIDI)”.
A Síndrome do Desconhecimento Interior (SIDI) é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas provenientes da falta de acesso do Ser ao seu mundo íntimo, que sofre a pressão de suas próprias movimentações internas, sem conseguir delas tomar consciência.
Numa profunda desconexão do que se passa em seu mundo interior, sente angústia e tensão quase constante sem conseguir precisar as causas. Por desconhecer a si mesmo, e pela momentânea incapacidade de sentir seu mundo íntimo tenta explicar e justificar tudo o que lhe ocorre a partir do exterior, atribuindo a seres, fatos e situações as causas de seu desconforto e de sua dor. Ignora as reais causas de suas movimentações, seu comportamento, dor e sofrimento, que operam silenciosamente em sua intimidade.

Quem são seus portadores?

Aqueles que ignoram seu mundo íntimo, não conseguindo estabelecer a conexão do interior com o exterior. São possuidores de sinais e sintomas característicos da incapacidade de sentir com a negação, ou resistência, em admitir que existe Vida Interior.
A baixa tolerância de que são portadores dificulta os aspectos da convivência. Geralmente se consideram a medida do mundo e sentem-se contrariados com facilidade, pois não reconhecem que sobre certas coisas eles nada sabem e não têm controle. Não sabem conviver com ninguém, pois desconhecem como viver de si mesmos.

Sinais e sintomas

  • inflexibilidade nos relacionamentos: eu sou a medida do mundo;
  • baixa tolerância a contrariedades: como tu ousas fazer isso comigo?
  • oscilações de humor: sou diversos, mas nunca eu mesmo;
  • identificação das dificuldades somente no externo: quem será meu algoz, hoje?
  • insatisfação permanente: reclamações exageradas e repetitivas;
  • irritabilidade frequente: sensação de ausência de pele;
  • ansiedade: dificuldade de se concentrar em um ponto específico;
  • estresse: cansaço constante, extrema dificuldade em relaxar;
  • angústia: sensação de que o coração sumiu do peito, ou explodirá nele;
  • solidão: por mais que eu fale, ninguém consegue me ouvir;
  • medo: busca de padrões que produzam uma aparente segurança.

Palestra: "A Síndrome do Desconhecimento Interior"

Fundamentos

Consideramo-nos cultos, porém nos comportamos, muitas vezes, de forma endurecida, nos sentimos insensíveis, perdidos, soterrados de informações, e cada vez mais insatisfeitos interiormente, pois em nossa intimidade há gritos surdos em forma de ecos dilacerantes, a nos oprimir, impedindo-nos de sentir conforto em nossa própria companhia.
Quando ficamos acompanhados de nós mesmos, logo nos distraímos e buscamos ocupações que nos impeçam de lidar com o desconhecido que habita nossa intimidade.
A “Síndrome do Desconhecimento Interior” é ignorada por aquele que a possui, que busca, de todas as formas exteriores, alívio para os inúmeros sintomas provocados por ela.
Sintomas estes que pulam de sua intimidade, mas que são atribuídos ao exterior. O indivíduo não sabe conviver com ninguém, pois desconhece como viver de si mesmo. Ao dirigir nossa inteligência para o nosso interior, encontramos um ser indefinido, recoberto de inúmeras máscaras para talvez tentar justificar a sua frágil existência e esquecer que vive sem uma razão determinada.
É por isso que nos lançamos tanto ao exterior e procuramos tantos afazeres nele, pois trilhar o caminho interior é caminhar rumo ao desconhecido.

Objetivo

Pretendemos com este trabalho, desenvolver junto aos participantes, uma visão mais ampla sobre os sinais e sintomas que o Desconhecimento Interior tem acarretado, atualmente, aos seres na Terra.

Resultado

“Eu sou o responsável por tudo o que acontece em minha volta”. A partir desta reflexão, que pode se tornar uma constatação, o indivíduo se posiciona proativamente em relação a todos os fatos e acontecimentos que considera bons ou maus.
Daí em diante, a liberdade de pensamento o conduz a posturas firmes e produtivas em seu meio. Auto-responsabilização e, consequentemente, autogestão são as ferramentas para a continuidade da vida contemporânea.

A quem se destina

Empresas, grupos (sociais, políticos, religiosos, educacionais, etc.), comunidades de maneira geral que queiram se aprofundar na temática do autoconhecimento.

Agenda

Palestras confirmadas:
Curitiba (PR) - 30 de agosto de 2011, terça-feira
Duartina (SP) - 16 de setembro de 2011, sexta-feira
Palestras a confirmar:
Rio de Janeiro (RJ) - outubro de 2011

DVD

Em breve lançaremos um DVD com a palestra “A Síndrome do Desconhecimento Interior”, aguarde!
Para reservar o seu ou mais informações, envie um e-mail para contato@tempodeser.org.br

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os Desafios do Crescimento…(Série: Parte Final)

Os Desafios do Crescimento…
Esconderijos Psíquicos…
Nos artigos anteriores abordamos a questão de que trazemos no nosso arcabouço psíquico a criança
que fomos um dia. Ela permanece aprisionada em nosso psiquismo como uma força viva e atuante
que não se esconde e fica quieta, mas se utiliza de arquétipos, os ditos esconderijos psíquicos para
encobrir suas dores.
Um arquétipo amplamente utilizado como esconderijo psíquico das dores infantis é o do religioso.
Este oferece amplas vantagens e se encaixa perfeitamente na movimentação psicológica infantil.
Através deste arquétipo reforça-se a área infantil, onde se atribui a uma força fora de si mesmo, a
um Deus, um guia religioso, sacerdote ou salvador a responsabilidade pelo que se vive, sustentando
a dependência, impotência e fragilidade infantil.
Reforça-se ainda através deste esconderijo a dissimulação dos sentimentos, onde os ditos
sentimentos malsãs são encobertos por uma imagem idealizada, onde predominam conquistas
espirituais ilusórias que são amplamente reforçadas pelo meio e geram a falsa noção de suprimentos
das necessidades infantis de aprovação e validação…..assim, continua-se a reproduzir o triste
capítulo infantil de uma história onde aprende-se que para sobreviver emocionalmente é preciso
abafar, negar e reprimir sentimentos e tendências para ser aceito, arremessando-se cada vez mais
longe de sua essência e das verdadeiras e reais conquistas espirituais.
Continua-se assim a reproduzir o faz de conta infantil idealizando um salvador fora de si, que
apontará o caminho a ser seguido ou ainda, de uma forma mágica retirará “seus pecados” e o
conduzirá para uma vida jubilosa.
Forçoso é admitir que estamos prisioneiros da infância, adultos infantilizados, dominados pela força
psicológica infantil. Altamente carentes, vivenciando amplamente o sentimento de abandono e
solidão, a espera de encontrarmos alguém que se encarregue de cuidar de nós e suprir nossas
necessidades. Irresponsavelmente permanecemos estacionados a espera de um milagre que nos tire
da situação que estamos e atribuindo as causas exteriores a razão das nossas dores.
Sustentamos ainda em nossa área psicológica infantil, a imagem dos pais poderosos, mitológicos,
responsáveis por tudo que nos ocorre, permanecendo cativos e dependente de sua aprovação e na
eterna busca de seu amor. Todo o meio, parceiros, filhos, amigos, chefes, autoridades religiosas vão
sofrendo a projeção da representatividade de nossos pais e vamos transferindo essa cadeia de
dependência, expectativas, buscas e frustrações.
Ouso dizer que além de uma criança cativa dentro de nós, temos nossos pais aprisionados como
imagens, verdadeiros fantasmas a nos perseguir e assombrar. É preciso libertar a criança e
juntamente com ela seus pais, compreendendo que estes são individualidades tão humanamente
sobreviventes emocionais quantos nós, aprisionados a seus próprios dramas e conflitos, carentes de
também se libertarem.
Ao longo dos estudos que tenho feito sobre essa área psicológica infantil e através dos relatos que
tenho ouvido, percebe-se que a grande dor infantil reside no fato de não ter se sentido visto e
devidamente percebido pelos pais na sua essencialidade, pois numa esmagadora maioria, os pais
enxergam em seus filhos a própria representatividade de sua criança interna.
http://www.tempodeser.org.br/ Impresso em 03/02/2011 05:44
http://www.tempodeser.org.br/comunicamcorm:purnivic:aedmiocar:op8r0iv:o:esd_idceasoa8fi0o:so_sd_odecsraefisocsimdeon_tcorescimento Última atualização: 29/12/2010 10:16
Essa dor tão inerente ao processo humano precisa ser encarada e enfrentada. No estágio humano de
consciência é assim, não somos realmente vistos e percebido em nossa individualidade por nossos
pais ou cuidadores e aqueles que tiverem filhos dentro desta etapa de consciência reproduzirão o
mesmo padrão, mantendo-se um ciclo repetitivo.
Precisamos encarar também que nunca vimos nossos pais além do papel que eles representaram e
assumiram em nosso psiquismo. Percebidos pela visão e ótica infantil foi a eles atribuído um papel
definido em nossa vida e inúmeras projeções. Assumiram a representatividade de verdadeiros mitos,
Deuses em nosso mundo inconsciente e assim permaneceram ali aprisionados. Como mitos
permaneceram idealizados, intocáveis, admiráveis, temidos e totalmente desconhecidos. Mais uma
cela construída da qual precisamos nos libertar.
Quem são os seres que estão ou estiveram nossos Pais? Alguma vez vislumbramos ainda que
palidamente a individualidade por detrás do papel de Pai ou Mãe? Interessamo-nos e sensibilizamos
em algum momento pela sua trajetória? Tivemos algum desejo real em conhecê-los ou não passaram
de meros supridores de nossas necessidades infantis?
Urgente se faz nos tirar da posição infantil de responsabilizar nossos pais por tudo que vivemos hoje
e nos assumirmos como autores de nossas Vidas. Tendo em vista nossa longa jornada humana até
aqui, é necessário concluir que os pais da atualidade são somente uma pequena fração na Vida que
somos. Quando aqui aportamos já carregávamos conosco o patrimônio de nossa jornada evolutiva e
milênios de sobrevivência: A Dor.
Olhemos para nossas dores, não mais como crianças responsabilizando fatos, seres e situações fora
de nós por elas. Sentir é inerente ao ser sensível e a dor nada mais é que um estágio de
sensibilização do Ser essencial que somos.
Que possamos nos capacitar para olhar nossas dores e admiti-las como patrimônio nosso, fruto da
jornada humana, buscando suas causas e superações no único local possível: dentro de nós.
Está na hora de contarmos para nós que não aparecerá um salvador como nos contos e mitos
infantis para nos resgatar…. este trabalho é íntimo, intransferível e cabe a cada essencialidade em si
mesma. Necessário se faz renunciar a dependência e passividade e começarmos a nos ver como
seres aptos e capazes de direcionar a Vida que somos.
Para tanto, atravessaremos um longo caminho por um local onde nunca estivemos - nosso
inconsciente, esta área invisível onde se esconde esta força infantil que tem travado a marcha da
inteligência que somos nos mantendo cativos a padrões e defesas cristalizadas que não se sustentam
mais e são hoje motivo de distorções e de nossas maiores dificuldades.
Enfim, precisaremos reconhecer que estamos cansados, muito cansados de nos defender, fugir e
atacar, dentro de um ciclo repetitivo, onde percebemos e sentimos a Vida por um estreito vão…. o
vão de uma visão infantil, humana, superlativa e ausente de responsabilidade que já não nos cabe
mais.
Tenhamos coragem para penetrar no desconhecido mundo íntimo, enfrentar suas dores, iluminar a
área sombria dos sentimentos que lutamos para manter encobertos e trazê-los à luz da consciência.
Somente assim, retomaremos ao ponto do caminho onde travamos a marcha e caminharemos para
uma Vida consciente, responsável e autônoma.
Não cultivemos mais visões infantis e ilusões pueris, desenvolver a espiritualidade é nos colocar de
frente as forças construídas em nossa área inconsciente.